Ao colocar a máscara, o indivíduo transforma-se, ganha um novo estatuto que lhe permite poderes e liberdades incomuns. Esse estatuto é-lhe dado pela tradição, e logo pela comunidade que, ao assumi-lo e incentivando-o, é como se por trás da máscara estivesse toda a aldeia. Ignoradas e quase à beira da extinção, as máscaras rituais ganharam vitalidade e visibilidade nos últimos anos, graças a um olhar mais atento e culto que percorreu as regiões e percebeu a enorme riqueza antropológica, sociológica e estética que elas constituem.
Djalme Neves
Jornalista